Días de ocio en el país del Yann (IV). As pedras bem hirtas! Um leque de menires alentejanos (2).

Por Félix J. Castaño Fernández.

Bom dia!

Eis a segunda parte -e felizmente a última- deste nosso rascunho sobre aqueles ditos monólitos. Estávamos a contar estórias de menires alentejanos, e acho melhor que eles falem por si próprios a partir dalgumas fotografias. Daquilo que eles sao, representam, e, nomeadamente, do que sugerem. Lembrem-se da primeira parte do «post»: alguns acreditam que os menires são balizas territoriais, ou símbolos fálicos … tudo isso e se calhar mais … sei lá!

Mas ficam mesmo por ai fora, na tépida e amável planície alentejana, desde há vários milhares de anos, isso é certo. Vamos lá, então.

O primeiro é o Menir do Telheiro e o segundo o Menir do Bulhao. São muito semelhantes e os dois estão nos arredores da linda vila de Monsaraz(concelho de Reguengos de Monsaraz), no sopé da serra e muito perto do nosso caro e pachorrento Guadiana. Talhados e polidos numa só peça de granito, de óbvia forma fálica … é evidente, nao acham? Monumentos nacionais, rente à estradinha, para desfrute e curiosidade do andarilho.

Se continuamos o percurso pelas imediaçoes de Monsaraz, e sempre dentro do concelho de Reguengos -de bons vinhos, aliás!-, podemos topar com o seguinte, o Menir do Pego. Está na entrada da aldeia de Sao Pedro de Corval, um dos mais importantes centros oleiros de Portugal todo, geminado com a nossa povoação de Salvatierra de los Barros. A gente -e mesmo especialistas e científicos- ainda nao sabe se é uma obra erigida pela mão de homem, daqueles homens hirtos da remota Antiguidade, ou, simplesmente, um fortuito capricho da Mãe Natureza. Mas a grande pedra está ligada a uma curiosa lenda: se você, de costas viradas para a rocha, atirar um calhau e conseguir encaixá-lo no topo da dita espécie de couve-flor gigante, terá a grande sorte … de conseguir uma namorada –boazona ou mesmo feiosa, tanto faz-, loucamente apaixonada por você! Eis o azar, pá! Eu tentei vezes a fio… raio de pontaria! Ainda continuo solteiro!

Ora lá, pá! Mais um bocadinho!

O quarto menir que vos trago é o conhecidíssimo e reputado Menir das Meadas («madejas», em espanhol), pertencente à aldeia de Póvoa e Meadas, concelho de Marvão. Longe de tudo, afastado de todos, permanece erecto -logo das obras de restauro- no meio dum precioso sobreiral. Chegar até ali custa um bom, saudável passeio, mas vale a pena. As suas dimensões são espantosas, quase apavoradoras. O seu comprimento é de mais de 7 m., imaginem …

Vamos já findar, com o meu favorito.

Tristemente arrombado na ravina duma estrada secundária do municípiode Évora, entre as aldeias de Graça do Divor e Igrejinha. Trata-se do Menir da Oliveirinha. Além do seu fantástico tamanho, volume, porte… ainda reconhecível entre a maranha de silva e lixo que o mascaram, o mais curioso é que os pré-historiadores julgam que ocupava o lugar onde agora assenta o marco geodésico que aparece na última foto, entre as vinhas. E que esse modesto outeiro é a única, a autêntica cota divisória das águas das tres grandes bacias alentejanas: a do Tejo, para o Norte; a do Guadiana, que ruma  ao Sul; e, finalmente, a do Sado, o rio dos golfinhos, que verte para Poente, caminho de Alcácer do Sal e Setúbal…

E agora eu pergunto: como raios é que sabiam isso aqueles gajos neolíticos? Expliquem-me!

Sempre obrigado pela vossa amabilidade. Até breve!

Félix-Jesús Castaño Fernández.

Una respuesta a “Días de ocio en el país del Yann (IV). As pedras bem hirtas! Um leque de menires alentejanos (2).

  1. Aunque no conozco el entorno geológico del Menhir do Pego y no soy experto, lo cierto es que parece una roca en forma de seta, una formación natural asociada a procesos erosivos tanto eólicos (en zonas desérticas) como hídricos (por ejemplo en un karst). Nuestro geólogo-poeta podrá darte mucha más información pero supongo que apuntará a que esa roca no tiene otra magia que la de la naturaleza. Por lo demás, felicidades y gracias por mostrarnos las maravillas portuguesas, aunque confieso haber entendido poco.

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